Amebas “devoradoras” de cérebro podem entrar no SNC. Se isso acontecer, as chances de sobrevivência são mínimas. Elas literalmente começam a comer a massa encefálica. Pesquisadores descobriram por que essa ameba tem tanta afinidade pelo cérebro.
A ameba, Naegleria fowleri (na cor laranja na foto), tende a habitar em água doce. Após entrar no corpo, ela passa pelo nariz e tecidos próximos e vai direto para o cérebro, onde as primeiras áreas destruídas são geralmente as regiões olfatórias e o lobo frontal que é essencial para a cognição e controle do comportamento.
A afinidade delas pelo cérebro era um grande mistério. A suspeita era que a ameba poderia ser atraída pelo neurotransmissor acetilcolina, que é liberado em grandes quantidades pelas células da parte frontal do cérebro. Essa substância já é conhecida por atuar como um imã para algumas células imunes e neurônios em crescimento. Para testar essa teoria, os pesquisadores procuraram por receptores na ameba que poderiam se ligar à acetilcolina. Foram isoladas 126 proteínas da ameba e comparadas com outras proteínas com estruturas e componentes similares que estavam no banco de dados. Uma dessas proteínas tinha a estrutura similar ao receptor humano para a acetilcolina. Isso sugere que a ameba tem seu próprio receptor para a acetilcolina. E é por isso que ela prefere o cérebro. Agora, com a descoberta, espera-se que drogas bloqueadoras do receptor sejam utilizadas no tratamento da infecção pela ameba.
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